Cúpula Nuclear

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Entendendo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Revolução Democrática Árabe

Os movimentos sociais ocorridos nos países árabes como o Egito, Tunísia, Líbia e Argélia, são conseqüência de uma conjuntura de medidas político-econômicas tomadas pelos seus governantes ao longo de décadas.
Esses países possuem muitas semelhanças entre si, dentre elas estão: a consolidação de ditaduras ferrenhas, a grande quantidade de reservas de petróleo, graves problemas e desigualdades sociais, além de serem vítimas do interesse de grandes potências capitalistas.

O motivo do aparecimento dessas manifestações é bastante lógico: os norte-americanos juntamente com os países europeus que se dizem os maiores defensores da democracia caem em uma grande contradição. Pois, eles mantém laços de carinho e amizade com alguns ditadores árabes, com o objetivo de explorar a ‘’riqueza’’ e a população desses países. Dentre as medidas exploradoras se destacam as privatizações das empresas produtoras e distribuidoras de petróleo, facilitando assim o investimento estrangeiro. Diante dessa dominação neoliberal, a população árabe sofre com o aumento dos preços dos produtos, com o desemprego e com a falta de direitos básicos de qualidade. E foi exatamente isso, somado ao autoritarismo e corrupção dos ditadores, que parcelas da população se revoltaram e por meio de movimentos sociais eles lutam pela melhoria de vida e pela queda dos ditadores.

Por isso, pode se falar em um pan-arabismo. Em que os países árabes fazem uma revolução, desta vez não religiosa, como é visto no fundamentalismo islâmico, mas sim um movimento político que contesta seus regimes ditatoriais submissos aos Estados Unidos.
Essa nova era revolucionaria começou na Tunísia, onde o povo foi às ruas e promoveram a queda do ditador Ben Ali, que estava a 34 anos no poder. A população egípcia, inspirada no exemplo da Tunísia, não tomou conhecimento do ditador Hosni Mubarak e através de manifestações fez ele renunciar após um governo de 30 anos. Outro caso bastante interessante foi o da Líbia, onde a massa se rebelou, e provou uma guerra civil, buscando a queda de Kadafi, que esta no comando desde 1969. É um grande levante revolucionário que pode inspirar revoltas contra muitos governos de países de todo o mundo.

Será que essa onda revolucionária poderia atingir o Brasil ?
Motivos não faltam para que manifestações venham a atingir o nosso país, tendo em vista que nós também dependemos do capital estrangeiro, somos dominados por uma elite burguesa dominante, temos uma enorme desigualdade social e também temos graves problemas de segurança, educação e saúde. Por isso, a população brasileira deve ter como exemplo os manifestos desses países árabes e buscar seus direitos vigentes na constituição através de manifestações sociais.

Sendo assim, não é mais cabível neste mundo globalizado, que hajam governos ditatoriais que inibam a liberdade e os direitos da população. É com base nisso que protestos estão acontecendo em todo mundo, com o propósito de consolidar a democracia.

Por, Gustavo Alves de Araujo - 3o Ano C - Colégio Paraíso

Um comentário:

  1. Gostei do texto no geral, mas tem alguns pontos em que eu discordo, até pelo fato de ter visto uma ótima palestra esses dias sobre o assunto.

    Em primeiro lugar essas revoltas populares são consequência dos motivos apresentados pelo autor do texto, mas também é necessário levar em consideração a partilha da África feita entre os países de cunho Imperialista no fim do século XIX. A divisão no território africano foi feita desrespeitando totalmente as características culturais das tribos que habitavam o continente.

    Foi me passada também a ideia de que os ideais democráticos não foram determinantes na queda desses ditadores, e sim a fome e o desemprego que abalava os países, visto que os cidadãos nem tinham conhecimento do que era de fato uma democracia. Não me convenci tanto disso, pois não consigo visualizar tamanha falta de conscientização política por falta de um povo.

    É muito interessante analisar, como o autor fizera as relações entre os países "poderosos" e os ditadores africanos. Quando convém, os laços são estreitos até demais. Quando não convém, os ditadores são dotados de tamanha barbárie, pois ferem constantemente os direitos humanos, o que justifica uma intervenção militar. Basta analisar a postura de Obama em relação a Khadafi nos últimos anos. E ainda lanço um questionamento: que Estado não fere os direitos humanos?

    Outro ponto de que discordo é chamar de guerra civil o conflito contra Khadafi. Guerra Civil ocorre quando a população está dividida ideologicamente ou de outra forma no conflito. O que ocorre na Líbia é que Khadafi tem toda uma massa contra si e está resistindo com o Exército e Mercenários ao seu lado.

    Claro que no Brasil nós “dependemos do capital estrangeiro, somos dominados por uma elite burguesa dominante, temos uma enorme desigualdade social e também temos graves problemas de segurança, educação e saúde”. Mas o contexto é diferente. Dependemos cada vez menos dos EUA. Se assim não fosse nós teríamos sido abalados fortemente pela crise, e, no entanto, ela não nos abalou assim devido à diversificação dos nossos parceiros econômicos. Não visualizo muitos países que não são dominados pela elite burguesa. Em alguns há até “harmonia” entre o cidadão e o Estado (leia como se fosse dominado e dominador). Eu não acredito tanto em uma mobilização aqui para que fosse feita a derrocada do sistema vigente, apesar de necessária. Pelo menos para que não fossem os interesses dos grandes empresários os que se sobressaíssem sobre os do povo. Mas enfim...

    Gostaria de parabenizar o rapaz pelo texto. Talvez você tenha encontrado um escritor a mais para o jornal. Hehehe... Mas que essa ideia saia do papel, ou melhor, vá para o papel.

    Abraços.

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